SBBN participa de reunião com CNPq, Fórum de Presidentes da SBPC, 05/09/2016

Em 05/09/2016, na sede da SBPC em São Paulo, representantes de sociedades associadas da SBPC reuniram-se com o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Hernan Chaimovich. A SBBN esteve representada por sua Presidente, Prof. Silvia Maria Velasques de Oliveira. Foi apresentado um novo formato de gestão e avaliação de  projetos em discussão no CNPq e que tem como prioridade o impacto social, intelectual e econômico do estudo.
Chaimovich falou sobre a importância de mudar a maneira de avaliar a qualidade da ciência, muito focada em números e resultados, quando se deveria pensar no impacto que esse conhecimento deve ter na sociedade. “A comunidade científica está muito acostumada a apresentar resultados; isso é a mesma coisa que uma pessoa dizer que vai apresentar uma lavadora de roupas contando as peças, muito orgulhoso porque o número de parafusos aumentou 25%. Mas ninguém mostra se esta máquina  é melhor que qualquer lavadora que exista. Isso é a diferença entre resultado e impacto”, explica.
Para o presidente do CNPq, a ciência deve gerar impacto intelectual, social e econômico. Por impacto intelectual, ele descreve as ideias que produzem novas ideias, que fazem a humanidade mais sábia e que permitem formar gerações de novas ideias. Já o impacto social está relacionado ao conhecimento produzido capaz de influenciar políticas públicas, que possa diminuir a desigualdade, ou mesmo que possa reduzir, por exemplo, o tempo de espera na fila do SUS; ou, ainda, que aumente o envolvimento social com a ciência. Por fim, o impacto econômico corresponde às ideias que criam empresas e geram empregos, que aumentam a competitividade e criam setores industriais.
Chaimovich contou que o CNPq está estudando um novo ciclo de gestão de avaliação em CT&I, baseado em um modelo de árvore de estrutura hierárquica (ver apresentação completa no link abaixo).  “Estamos estudando uma proposta que possa estruturar um problema, ajustar um modelo, obter dados e informações que tenham a ver com o modelo, aplicar o modelo, selecionar um projeto que esteja de acordo e avaliar resultado do projeto e impacto”, resumiu. Nessa nova proposta, a opção é avaliar o projeto de forma holística, com critérios que se flexibilizam de acordo com as diferentes áreas. “É uma árvore flexível. Ao invés de contar coisinhas, pretendemos fazer uma avaliação holística do projeto, dos resultados, do impacto”, afirma.
Ele explica que os diferentes Comitês de Assessoramento (CA), que julgam e analisam os projetos nas agências de fomento, teriam, com essa metodologia, mais flexibilidade para atribuir percentagens diferentes a cada área, a cada componente, e que essa possibilidade pode ser ainda mais aberta – por isso o modelo de árvore. Por exemplo, o quesito “experiência na formação de recursos humanos” pode se abrir para critérios como supervisão de pós-graduação, orientação de doutorado, mestrado, etc., com percentuais adaptados. Outro exemplo dado é que no critério “potencial de implementação” é possível analisar o desenvolvimento de pesquisa, participação, utilização. “É possível pensar no potencial de impacto, no alinhamento desse projeto com as estratégias públicas de CT&I; no risco. E assim, é possível assinalar uma porcentagem para cada um desses aspectos. E cada um desses critérios podem ser separados em foco, potencial de aplicação, ou componentes, e todos os coeficientes podem ser ajustados, dependendo da área”, diz.
Os participantes do encontro aproveitaram para esclarecer dúvidas sobre a proposta.  A mesa foi presidida pela presidente da SBPC, Helena Nader, que aproveitou o encontro para destacar a importância da participação de toda a comunidade científica na política científica e tecnológica brasileira, bem como na trajetória do Marco Legal da CT&I, que está em vias de ser regulamentado. Nader ressaltou que é preciso o apoio de toda a comunidade, seja na regulamentação do marco legal, seja para pressionar o governo pela derrubada dos oito vetos impostos na ocasião de sua sanção em janeiro, seja junto ao congresso pelo financiamento de CT&I.
Confira no link a íntegra da apresentação: http://jcnoticias.jornaldaciencia.org.br/wp-content/uploads/2016/09/apresentacao_hernan_05set2016.pdf
Fonte: Jornal da Ciência.

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