A SBBN ofereceu a conferência “Periculosidade, insalubridade e radiações ionizantes: realidade e persepção”.
RESUMO – Risco pode ser definido como a probabilidade de ocorrência de um efeito adverso. O gerenciamento do risco envolve especialistas com diferentes formações para avaliação do “risco objetivo”, que obedece às leis estatísticas. Entretanto, um dos maiores desafios desses especialistas está em dialogar com o público em geral, cuja percepção do risco é culturalmente construída. No ambiente de trabalho, uma condição de insalubridade é normalmente associada ao exercício de atividades acima dos limites de tolerância, enquanto uma atividade é considerada perigosa quando sua execução ocorre em situação de elevado risco à vida ou à integridade física do trabalhador. De acordo com as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho brasileiras, atividades que se enquadram como insalubres ou perigosas ensejam compensação pecuniária, ou seja, pagamento de adicional para o exercício da profissão. Entretanto, em muitas situações, o desconhecimento e o apelo emocional levam à potencialização da percepção do risco, acarretando tomadas de decisão dissociadas do conhecimento técnico-científico. Em relação às aplicações da energia nuclear, em particular, a distorção da realidade pode prejudicar o desenvolvimento sustentável das aplicações em Medicina, Agricultura, indústria convencional e laboratórios de pesquisas.