Imagens moleculares são ferramentas importantes em pesquisas pré-clínicas e clínicas. Para a confiabilidade dessas imagens, são indispensáveis protocolos e rastreabilidade dos padrões. O controle de qualidade da instrumentação usada para testes de marcações químicas e para estudos de biodistribuição estão prescritos em monografias específicas. A Prof. Cristina Moriguchi Jekcel, doutora em Química, pesquisadora do Instituto do Cérebro em Porto Alegre (RS) e professora da PUC-RS, mostrou como implantar procedimentos completos e também como treinar equipes multidisciplinares para seguir os protocolos. Os pesquisadores, estudantes e técnicos de laboratório devem entender que seus resultados podem ser afetados quando não há essa padronização. Mostrou exemplos de orientações claras, detalhadas e atualizadas para todos os níveis, visando manter a qualidade de ensaios pré-clínicos e clínicos. Ela apontou as diferenças entre as radiofarmácias industrial, centralizada e hospitalar. Na primeira, são testados medicamentos que serão, posteriormente, manipulados nas radiofarmácias hospitalares. A Prof. Cristina também mostrou como garantir as boas práticas de fabricação, segundo padrões da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O Prof. Sergio Brunetto, doutor em Física, físico médico do Serviço de Medicina Nuclear e Diretor Técnico do Centro de Estudos Pré-Clinicos da UNICAMP, mostrou diferenças significativas do conceito de “qualidade” entre as Ciências Exatas e as Ciências da Saúde, bem como as dificuldades para sua mensuração quando se trabalha com seres vivos. Exemplificou com parâmetros usados para imagens moleculares, as quais necessitam de critérios uniformizados para que os resultados possam ser interpretados. Os congressistas puderam refletir sobre o impacto desses novos conceitos para viabilizar estudos multicêntricos no país.
O Prof. Amir Jalilian, doutor em Farmácia e oficial técnico do Departamento de Ciências Nucleares e Aplicações da Agência Internacional de Energia Atômica proferiu a conferência “Capacity building in the field of Radiopharmacy”. Ele indicou os mecanismos que a Agência da ONU disponibiliza para os países membros, contribuindo com professores, patrocinando projetos de pesquisas ou promovendo reuniões de especialistas para elaboração de documentos técnicos comuns, visando a capacitação dos profissionais em áreas específicas e multidisciplinares, através dos quais a IAEA dissemina e uniformiza o conhecimento a nível mundial em todas as aplicações pacíficas da energia nuclear. Os congresssistas tiveram oportunidade de esclarecer dúvidas sobre os programas de cooperação técnica da IAEA e os requisitos para participação.